Esquadrão suicida

Lembro me quando saiu o primeiro trailer do filme, no caso este trailer aqui, e minhas expectativas foram parar no teto, pensei eu, "um filme diferente, ter outra abordagem, acho que vão acertar em cheio."


Pois então veio Batman vs Superman e aquela confusão toda e resolveram que iam fazer uma baita modificação no filme, filme que já deveria estar bem avançado, foi quando soltaram outro trailer que já parecia de um filme bem diferente, mas parecia bom ainda, só que eu caí numa armadilha, afinal uma boa edição com uma boa música engana quase qualquer um. 

Mais e mais ações de marketing foram surgindo e confesso que minha expectativa foi caindo mas eu não dei muita bola, resolvi que ia ver o filme sem esperar que fosse uma obra prima, ou que fosse uma bomba, não achei que seria qualquer um desses, de fato não é uma obra prima, e não chega a ser uma bomba, o problema é que não chega a ser tão ruim, mas não está tão longe de ser uma bomba.

O jogo da perdição

Clive Barker é um autor singular, não conheço tantas coisas dele mas o quê conheço me agrada bastante. Ele tem uma veia bem puxada para o gore mas vejo muita inteligência no quê ele escreve. Dito isso, esse livro específicamente, foi muito abaixo da média.


Autor(es)Clive Barker
Editor, compilador ou organizador
Título originalThe Damnation Game
Tradutor(es)Aulyde Soares Rodrigues
Tipo de livroRomance
EditoraEditora Civilização Brasileira
Colecção
Número
Data da edição1989
Data da edição original1985
Nº de páginas468
Capa
ISBN8520000177
Género
Série


Esse livro me deixou confusa, entediada, senti alguns momentos de extrema repulsa, mas também gostei de outros momentos, mas no geral não foi uma leitura fácil.

O inicio do livro é bastante interessante, principalmente por conta do desenrolar da história, onde temos um cenário de guerra e um rapaz que resolve procurar por um apostador que nunca perde uma partida, apostador esse que está envolto em mistérios. Percebemos logo que temos algo de sobrenatural acontecendo, assim que este rapaz encontra o jogador. Porém, abruptamente passamos a outra história que parece nada ter a ver com o início do livro. Temos Marty Strauss, presidiário, que vive uma vida banal de presidiário, consegue uma grande oportunidade de sair da cadeia, indo trabalhar com um homem muito rico e excêntrico.

Parece um enredo bastante comum e por muitas e muitas páginas comecei a duvidar que era um livro do Clive Barker, nada acontecia, estava tudo meio misterioso mas principalmente enfadonho. Mas as coisas começam a acontecer lá pela metade do livro, e teremos cenas pavorosas, níveis extremos de escatologia, com sangue, tripas, excrementos, vermes, carne podre, uma infinidade de coisas nojentas, são momentos que realmente incomodam o leitor, já que normalmente gostamos de mergulhar dentro das paginas do que estamos lendo, nesse caso o afastamento é necessário por que o cenário não é favorável ao estômago. 

Voltando ao Marty Strauss, o ex presidiário e o velho rico, o senhor Joseph Whitehead, descobrimos que a liberdade de Marty vai custar bastante cara, por que Whitehead está fugindo de algo muito perigoso, um ser sobrenatural que não pode morrer. 

Mamoulian, o ser sobrenatural, é um personagem bastante interessante, nada agradável porém interessante, pois ele parece estar sempre a frente dos seus inimigos, parece ter muito controle sobre quase tudo, eu disse quase, por que ele não parece controlar ele próprio. Ele está exausto e nada na terra o agrada, ele vive no piloto automático e talvez por isso tenha se agarrado tanto a única motivação que tem. 

Ainda temos Carys, filha de Whitehead, uma personagem meio complicada e também difícil de engolir. Eu senti um certo desconforto em todas as cenas dela, provavelmente por quê não gostei de como a personagem foi retratada. Por sinal as mulheres são muito mal retratadas nesse livro e isso é um ponto que me desagrada muito, fazendo com quê ele caia um pouco mais no meu conceito. 

Também considerei o final bastante esquisito, tinha algo de cômico, mas eu não consigo decidir se me agradou, acho que estou mais inclinada a dizer que não. 

No fim das contas, acho que talvez esse tipo de leitura agrade um tipo de público mais específico mas eu não me incluo nesse grupo, ou talvez eu não tenha entendido alguma mensagem oculta dele, mas eu esperava mais, achei tudo muito enrolado, uma mistura de ideias estranhas e escatologia, uma péssima retratação feminina e protagonistas nada carismáticos, alguns momentos interessantes mas que parecem meio perdidos no meio das páginas e um fim que não me deixou super empolgada. Não digo que não recomendo at all apesar disso tudo, por que acho que vai agradar um tipo de público mais específico mesmo, só não sei dizer qual.


Bem vindos ao anatomia do terror!





Este famigerado blog entra numa fase de modernidade, sim isso mesmo o quê estão pensando....

Temos um vlog agora, e espero que nos acompanhem por lá, tenho planejado muitos videos, alguns já estão gravados inclusive, então aguardem.

Psicose (1960)

Um dos maiores clássicos do gênero do mestre do suspense Alfred Hitchcock, baseado no livro de mesmo nome de Robert Bloch, livro que logo passará por aqui. 


Psicose é sobre Marion Crane, uma mulher que rouba uma bela quantia em dinheiro de sua firma e foge, parando em um hotel de beira de estrada muito estranho....só que não. Quem assiste o filme tem logo a sensação que é uma história sobre a fuga da protagonista mas tem a surpresa de que esta protagonista não dura muito no filme, quando ocorre a icônica cena do chuveiro. Mas se não temos a protagonista logo na primeira parte do filme e agora? 


É quando descobrimos que o filme não é exatamente sobre Marion Crane, ela só foi um modo bastante interessante e um twist bem legal por sinal, para conhecermos esse universo macabro do Bates Motel. Quando Marion chega ao Motel, logo ela conhece Norman Bates, um sujeito um tanto estranho mas que parece inofensivo apesar do jeito meio estranho, muito por conta de sua relação doentia com a mãe, que o domina totalmente. 
Quando Marion sai de cena, conhecemos sua irmã, uma personagem forte e corajosa, como normalmente costumam ser as heroínas de Hitchcock, que quer descobrir o quê aconteceu com sua irmã. Podemos dizer que ela vai fundo demais nas sua imersão no mundo dos Bates.   


O trabalho de Hitchcock em relação aos detalhes e com a câmera, com os cortes e enquadramentos é lindo nesse filme e a atuação de Anthony Perkins como o desequilibrado Norman Bates é tão bom que eu nunca conseguiria ver ele como alguém normal. E a trilha sonora maravilhosa, que é lembrada em qualquer momento de tensão que acontece até os dias de hoje. Outro destaque é o fato de ser em preto e branco. O diretor decidiu por deixar o filme assim, por conta do orçamento e por que acreditou que uma certa cena no chuveiro, chocaria pela quantidade de sangue. E quem acha que um bom filme de terror precisa de muito sangue, não é mesmo?
Um dos melhores filmes da história do cinema, não apenas do gênero, totalmente obrigatório. 

Trumbo

E mais um post da Awards Season , hoje um filme que me agradou bastante sobre a lista negra de Hollywood. 


A lista negra comunista que surgiu no período macartista dos Estados Unidos é um dos períodos que mais envergonham a classe artística americana. Nessa época o HUAC (Comitê de atividades antiamericanas), atingiu um grupo de roteiristas comunistas, os impedindo de conseguirem emprego em qualquer estúdio hollywoodiano, chegando a levá-los para julgamento. O filme mostra principalmente nos diálogos de Trumbo que o simples fato de pensar de forma diferente, levou pessoas a terem suas carreiras destruídas, algumas foram presas, precisaram ir para o exílio, quando não morreram, já que os suicídios que ocorreram por essa caça as bruxas, não foram incomuns. 

Spotlight

Mais um filme da Awards Season, depois de já ter falado sobre o divertido Perdido em Marte e o tenso O regresso , agora vamos ao sério Spotlight.


Spotlight é um filme que lembra o estilo de todos os homens do presidente, claro que com um ritmo diferente, mas lembra muito, afinal temos jornalistas investigando assuntos sérios. Nesse o assunto sério é casos de pedofilia da igreja católica.


É um filme muito bom, baseado em uma história real quando o Boston Globe, publicou uma série de denúncias sobre como a igreja católica estava encobertando casos de pedofilia cometida por seus padres. Spotlight é como era chamada a seção de jornalismo investigativo do jornal. Em 2011, quando um novo editor chega ao jornal, é quando a investigação sobre o caso começa. O editor, interpretado Liev Schreiber encontra uma história sobre um padre acusado de pedofilia na cidade e é aí que surge a luz, notando que pode ter um buraco muito maior.  


A equipe do jornal, formada por um homem tranquilo ( Brian d'Arcy James), um impulsivo e intenso (Mark Ruffalo) e uma mulher que faz o seu trabalho bem feito e é normal, sem tanto glamour (Rachel McAdams), é liderada pelo personagem de Michael Keaton. O elenco faz um grande trabalho, considero acima da média a atuação de todo o elenco e as vezes pensamos que isso não faz tanta diferença, mas esse aqui necessitava um elenco que te segurasse.


Os jornalistas no filme são retratados como jornalistas e não como se fossem heróis de guerra, como direito a todos aqueles clichês possíveis de americanos salvando o mundo mais uma vez, seja qual for sua profissão. O diretor Tom McCarthy acertou em cheio no tom que utilizou para o filme.


Me surpreendi com o ritmo do filme pois pensei que acharia chato, porém o incomodo que ele cria, o tom pessimista sobre como a vida real é injusta, como é difícil enfrentar instituições poderosas mesmo quando elas são claramente criminosas. Os vários momentos em que as vítimas dão seus relatos e demonstram o quanto são danificadas pelo sofrimentos a que foram submetidas por quem deveria fazer o bem a elas, realmente tem o seu impacto mas não em um sentido sensacionalista mas em um sentido de dura realidade mesmo. 




Making a Murderer

Eu assisti a essa série documental do Netflix no final do ano passado mas a revolta foi tão grande que não tive condições de escrever na época.


Making a murderer conta a história de Steven Avery, um homem que tem um histórico de baderna e pequenos delitos, incluindo alguns atos bastante condenáveis mesmo não considerando eles tão graves (como maltratar animais por diversão). Pensamos nesse jovem problemático como um tipo clichê de psicopata futuro assassino, mas pensando friamente, nem todos os jovens que fazem besteiras, algumas condenáveis, se tornam assassinos. Steven é de uma grande família que comanda um ferro velho, uma família pobre, um tanto a margem da sociedade, no caso a margem da cidade de Manitowoc.

Labirinto - A magia do tempo

Esse texto vai ser puramente emocional, eu nem sei o quê vai sair. A notícia de que Bowie se foi ainda é recente e a ferida está muito aberta, mas talvez esse seja o melhor momento para isso, não quero um texto frio e racional mesmo. 

A escolha do filme também não foi racional, alguns filmes do Bowie combinam muito mais com a temática desse blog do que esse,  como o ótimo Fome de viver, por exemplo, mas eu escolhi o quê começou tudo, talvez ele tenha sua parcela de culpa pelos meus gostos hoje, já que foi um dos primeiros filmes favoritos da minha vida. 


Perdido em Marte

E seguindo nosso especial da temporada de premiações, comecei com o filme O regresso que tem o Leonardo DiCaprio lutando com ursos e hoje falarei sobre minhas impressões sobre o belíssimo Perdido em Marte, filme de Ridley Scott (diria que um dos melhores dele em muito tempo) com o Matt Damon precisando ser resgatado mais uma vez. 


Título original: The Martian
Direção: Ridley Scott
Roteiro: Drew Goddard
Elenco: Matt Damon, Jessica Chastain, Kristen Wiig, Kate Mara, Jeff Daniels, Michael Pena, Sebastian Stan, and Chiwetel Ejiofor.
País: Estados Unidos
Ano: 2015
Duração: 141 minutos

O regresso

E começando os posts da Awards Season (temporada de premiações), já mirei direto num dos principais candidatos aos prêmios todos (pelo menos aparentemente), O Regresso, filme do Alejandro González Iñarritu (sim, ele mesmo, o diretor de Birdman, dentre outros) com o Leonardo DiCaprio, Tom Hardy e Domhnall Gleeson. 


Título original: The Revenant
Direção: Alejandro González Iñarritu
Roteiro: Mark L. Smith, Alejandro González Iñarritu
Elenco: Leonardo DiCaprio, Tom Hardy, Domhnall Gleeson.
País: Estados Unidos
Ano: 2015
Duração: 156 minutos