Mais um filme da Awards Season, depois de já ter falado sobre o divertido Perdido em Marte e o tenso O regresso , agora vamos ao sério Spotlight.
Spotlight é um filme que lembra o estilo de todos os homens do presidente, claro que com um ritmo diferente, mas lembra muito, afinal temos jornalistas investigando assuntos sérios. Nesse o assunto sério é casos de pedofilia da igreja católica.
É um filme muito bom, baseado em uma história real quando o Boston Globe, publicou uma série de denúncias sobre como a igreja católica estava encobertando casos de pedofilia cometida por seus padres. Spotlight é como era chamada a seção de jornalismo investigativo do jornal. Em 2011, quando um novo editor chega ao jornal, é quando a investigação sobre o caso começa. O editor, interpretado Liev Schreiber encontra uma história sobre um padre acusado de pedofilia na cidade e é aí que surge a luz, notando que pode ter um buraco muito maior.
A equipe do jornal, formada por um homem tranquilo ( Brian d'Arcy James), um impulsivo e intenso (Mark Ruffalo) e uma mulher que faz o seu trabalho bem feito e é normal, sem tanto glamour (Rachel McAdams), é liderada pelo personagem de Michael Keaton. O elenco faz um grande trabalho, considero acima da média a atuação de todo o elenco e as vezes pensamos que isso não faz tanta diferença, mas esse aqui necessitava um elenco que te segurasse.
Os jornalistas no filme são retratados como jornalistas e não como se fossem heróis de guerra, como direito a todos aqueles clichês possíveis de americanos salvando o mundo mais uma vez, seja qual for sua profissão. O diretor Tom McCarthy acertou em cheio no tom que utilizou para o filme.
Me surpreendi com o ritmo do filme pois pensei que acharia chato, porém o incomodo que ele cria, o tom pessimista sobre como a vida real é injusta, como é difícil enfrentar instituições poderosas mesmo quando elas são claramente criminosas. Os vários momentos em que as vítimas dão seus relatos e demonstram o quanto são danificadas pelo sofrimentos a que foram submetidas por quem deveria fazer o bem a elas, realmente tem o seu impacto mas não em um sentido sensacionalista mas em um sentido de dura realidade mesmo.