Labirinto - A magia do tempo

Esse texto vai ser puramente emocional, eu nem sei o quê vai sair. A notícia de que Bowie se foi ainda é recente e a ferida está muito aberta, mas talvez esse seja o melhor momento para isso, não quero um texto frio e racional mesmo. 

A escolha do filme também não foi racional, alguns filmes do Bowie combinam muito mais com a temática desse blog do que esse,  como o ótimo Fome de viver, por exemplo, mas eu escolhi o quê começou tudo, talvez ele tenha sua parcela de culpa pelos meus gostos hoje, já que foi um dos primeiros filmes favoritos da minha vida. 

Labirinto, a magia do tempo, é um filme de aventura e fantasia de 1986, dirigido por Jim Henson e protagonizado por David Bowie e Jennifer Connely. 

O filme é sobre uma garota adolescente chamada Sarah, que está naquela fase da vida em que estamos exatamente entre a infância e adolescência. O filme todo mostra estes dois lados da personagem, com momentos bem infantis e outros nem tanto. Sarah tem um irmão menor que é um bebê ainda, e ela demonstra bastante irritação em relação a criança. 

Em um momento de irritação com a criança por causa de um urso de pelúcia, ela diz algumas palavras de seu livro favorito e com isso seu irmãozinho desaparece e surge então o rei dos duendes, Jareth, que diz que realizou o desejo de Sarah em levar embora seu irmãozinho. Porém Sarah se mostra arrependida daquilo imediatamente, mas só poderá recuperar o menino em um período de 13 horas, onde terá que atravessar um labirinto cheio de perigos, para que possa chegar ao castelo de Jareth e resgatar o bebê. Nessa jornada, ela passa por muitos momentos que a colocam em situações que mostram a necessidade de crescer dela, ao mesmo tempo que ela mantém o seu lado infantil. Ela faz várias amizades com criaturas fantásticas como uma boa fantasia juvenil deve ter. 

Esse filme eu assisto desde nem sei dizer quando, ele passava na sessão da tarde da globo, e eu não perdia nenhuma das vezes que passava. Eu não sei por que ele se tornou tão especial para mim até hoje, mesmo que para algumas pessoas ele possa parecer datado, mas eu suspeito que o David Bowie tem bastante culpa nisso. As canções do filme são todas dele, algumas, clássicos que duram até hoje, como Magic Dance e As the world falls down. 

O filme fez eu querer conhecer aquele artista, não foi algo imediato, por muito tempo para mim ele era apenas Jareth, descobri seus tantos outros personagens com o passar dos anos e por mais triste que esteja hoje por ele ter nos deixado para voltar a seu planeta natal, eu devo agradecer por ter vivido na mesma época que ele, pelo menos por uma parte de sua vida e conhecido sua arte, enquanto ele ainda a criava. Não realizei meu sonho de ver um show dele ao vivo, mas por outro lado quando conheci o mundo de Labirinto, comecei a realizar muitos sonhos. Muito obrigado, rei dos duendes. Muito obrigado, Bowie.