O jogo da perdição

Clive Barker é um autor singular, não conheço tantas coisas dele mas o quê conheço me agrada bastante. Ele tem uma veia bem puxada para o gore mas vejo muita inteligência no quê ele escreve. Dito isso, esse livro específicamente, foi muito abaixo da média.


Autor(es)Clive Barker
Editor, compilador ou organizador
Título originalThe Damnation Game
Tradutor(es)Aulyde Soares Rodrigues
Tipo de livroRomance
EditoraEditora Civilização Brasileira
Colecção
Número
Data da edição1989
Data da edição original1985
Nº de páginas468
Capa
ISBN8520000177
Género
Série


Esse livro me deixou confusa, entediada, senti alguns momentos de extrema repulsa, mas também gostei de outros momentos, mas no geral não foi uma leitura fácil.

O inicio do livro é bastante interessante, principalmente por conta do desenrolar da história, onde temos um cenário de guerra e um rapaz que resolve procurar por um apostador que nunca perde uma partida, apostador esse que está envolto em mistérios. Percebemos logo que temos algo de sobrenatural acontecendo, assim que este rapaz encontra o jogador. Porém, abruptamente passamos a outra história que parece nada ter a ver com o início do livro. Temos Marty Strauss, presidiário, que vive uma vida banal de presidiário, consegue uma grande oportunidade de sair da cadeia, indo trabalhar com um homem muito rico e excêntrico.

Parece um enredo bastante comum e por muitas e muitas páginas comecei a duvidar que era um livro do Clive Barker, nada acontecia, estava tudo meio misterioso mas principalmente enfadonho. Mas as coisas começam a acontecer lá pela metade do livro, e teremos cenas pavorosas, níveis extremos de escatologia, com sangue, tripas, excrementos, vermes, carne podre, uma infinidade de coisas nojentas, são momentos que realmente incomodam o leitor, já que normalmente gostamos de mergulhar dentro das paginas do que estamos lendo, nesse caso o afastamento é necessário por que o cenário não é favorável ao estômago. 

Voltando ao Marty Strauss, o ex presidiário e o velho rico, o senhor Joseph Whitehead, descobrimos que a liberdade de Marty vai custar bastante cara, por que Whitehead está fugindo de algo muito perigoso, um ser sobrenatural que não pode morrer. 

Mamoulian, o ser sobrenatural, é um personagem bastante interessante, nada agradável porém interessante, pois ele parece estar sempre a frente dos seus inimigos, parece ter muito controle sobre quase tudo, eu disse quase, por que ele não parece controlar ele próprio. Ele está exausto e nada na terra o agrada, ele vive no piloto automático e talvez por isso tenha se agarrado tanto a única motivação que tem. 

Ainda temos Carys, filha de Whitehead, uma personagem meio complicada e também difícil de engolir. Eu senti um certo desconforto em todas as cenas dela, provavelmente por quê não gostei de como a personagem foi retratada. Por sinal as mulheres são muito mal retratadas nesse livro e isso é um ponto que me desagrada muito, fazendo com quê ele caia um pouco mais no meu conceito. 

Também considerei o final bastante esquisito, tinha algo de cômico, mas eu não consigo decidir se me agradou, acho que estou mais inclinada a dizer que não. 

No fim das contas, acho que talvez esse tipo de leitura agrade um tipo de público mais específico mas eu não me incluo nesse grupo, ou talvez eu não tenha entendido alguma mensagem oculta dele, mas eu esperava mais, achei tudo muito enrolado, uma mistura de ideias estranhas e escatologia, uma péssima retratação feminina e protagonistas nada carismáticos, alguns momentos interessantes mas que parecem meio perdidos no meio das páginas e um fim que não me deixou super empolgada. Não digo que não recomendo at all apesar disso tudo, por que acho que vai agradar um tipo de público mais específico mesmo, só não sei dizer qual.


2 comentários:

  1. Bem, nunca li nada de Clive Barker, e pelo que posso ver esse não é o livro mais indicado. Meu gênero preferido é o terror, mas esse tipo de leitura com "sangue, tripas, excrementos..." não é minha praia, definitivamente.
    ótima resenha, seu blog tem um conteúdo excelente, se não soubesse o trabalhão que dá, te convidaria para fazer parte da minha pequena equipe no Psychoteca hihi <3 Acho que poderia rolar uma parceria aqui, temos um grupo só com mulheres que falam sobre terror, chama DamnedGirls, caso tenha interesse.
    Um beijo!

    Gabi,
    https://tecapsycho.blogspot.com.br

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    1. É meio estilo do Clive Barker ser meio gore, mas nesse caso aqui eu acho que mais atrapalhou do que ajudou. Talvez seja ofato de não ter gostado mesmo da trama então isso incomodou mais do que o normal. E eu adoraria participar, eu acho que me sinto meio sozinha aqui nesse mundo do blog de terror. To começando a me ajeitar pra gravar videos e tudo mais. Onde encontro o grupo?

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