E mais um post da Awards Season , hoje um filme que me agradou bastante sobre a lista negra de Hollywood.
A lista negra comunista que surgiu no período macartista dos Estados Unidos é um dos períodos que mais envergonham a classe artística americana. Nessa época o HUAC (Comitê de atividades antiamericanas), atingiu um grupo de roteiristas comunistas, os impedindo de conseguirem emprego em qualquer estúdio hollywoodiano, chegando a levá-los para julgamento. O filme mostra principalmente nos diálogos de Trumbo que o simples fato de pensar de forma diferente, levou pessoas a terem suas carreiras destruídas, algumas foram presas, precisaram ir para o exílio, quando não morreram, já que os suicídios que ocorreram por essa caça as bruxas, não foram incomuns.
Dalton Trumbo, brilhantemente interpretado por Bryan Cranston era um dos roteiristas mais bem pagos da indústria mas ele também era do partido comunista. Nessa época, ser comunista e bem sucedido não era o sonho americano. Trumbo e sua turma, perdem tudo o quê conquistaram por serem comunistas, e precisam resolver essa situação da forma que conseguem, enfrentando não apenas o boicote de Hollywood, que os impede de escrever roteiros, pelo menos usar o seus nomes nos roteiros (eles passaram a escrever usando pseudônimos), mas a sociedade que entra no clima de caça as bruxas, passa a hostilizar Trumbo e sua família.
Nessa fase, Trumbo acaba transformando a vida de sua família em um inferno, ele passa a trabalhar por muito mais tempo do quê uma pessoa normal, pois perdeu tudo e precisava tentar se restabelecer.
O quê eu acho mais bizarro sobre o quê senti sobre o filme, é que ele ainda parece atual, e sinceramente não deveria. Vemos hoje, nas redes sociais da vida, discussões, ofensas, quebra de amizades por conta de ideologias. É possível enxergar a guerra do coxinha versus o esquerdopata, que vemos todos os dias na internet e isso acaba nos conectando com o filme de um modo estranho.
Por outro lado, o filme pode ter pegado leve com certas questões, principalmente com o vilão do filme, que parece mais uma caricatura do que foi o HUAC (comitê de atividade antiamericanas), mesmo que as cenas com John Wayne e com a personagem da Helen Mirren sejam muito boas.
No fim, recomendo o filme por que só a atuação do Bryan Cranston como Dalton Trumbo vale a pena, principalmente nas cenas que ele bate de frente com os seus algozes e é importante conhecer um pouco dessa fase negra da história americana.